A presença dos camilianos no Rio de Janeiro tem seu início em 8 de maio de 1939, com o trabalho pastoral em duas capelanias hospitalares. Pe. Ludovico Zanol foi o escolhido para iniciar estas atividades no Rio de Janeiro, sendo cardeal D, Sebastião Leme. A residência inicial foi o hospital onde atuava como capelão: primeiramente o Hospital Estácio de Sá, depois o Hospital dos Lázaros, em São Cristovão. Os primeiros religiosos também foram hóspedes, por algum tempo, dos Religiosos Sacramentinos junto à Paróquia de Sant´Ana e, com o aumento do número de camilianos destinados à fundação da então Capital Federal, foi alugada uma casa na Estrada Velha da Tijuca, próxima da atual.
A Comunidade São Camilo do Rio de Janeiro foi erigida canonicamente no ano de 1941. Ao final desse mesmo ano, transferiram-se para a residência própria no tradicional bairro da Tijuca, mais especificamente na Usina, no Alto da Boa Vista, junto à área de preservação ambiental de Floresta daTijuca, onde continuaram incrementando as atividades nas capelanias e difundindo a devoção ao fundador da Ordem São Camilo.
Os religiosos camilianos logo perceberam a realidade de pobreza que a população local estava vivendo. Para atender a comunidade carente da Usina, em julho de 1942, um grupo de cariocas católicos, em plena solidariedade com os esforços da Sociedade Beneficente São Camilo, com sede em São Paulo, iniciou a construção de um ambulatório que foi inaugurado somente em 12 de setembro de 1944, prestando serviços médicos e ambulatoriais, principalmente à população das comunidades do Borel. Chácara do Céu e Catrambi. Os estatutos da “União Charitas”, que regulavam a finalidade do ambulatório tinham como objetivo, além de criar um Preventório para atendimento de crianças pobres e doentes, construir também uma Igreja.
A devoção ao santo patrono dos doentes cresceu até decidir a comunidade local a construir o santuário. No início da década de 1960, sendo ainda Rio de Janeiro a Capital do Brasil e enquanto Brasília era construída, também o santuário São Camilo começava a ser erguido no terreno adjacente ao Ambulatório. No dia 24 de julho de 1960, foi inaugurada a cúpula do santuário São Camilo, depois de uma novena preparatória e de um tríduo de pregações e quermesse. Nesse dia, após a procissão, houve uma Missa festiva presidida por Dom Hélder Câmara e abrilhantada pelo coral da Candelária.
Os fatos foram relatados pela revista Vida Camiliana com a seguinte passagem: “Apesar do mau tempo, a concorrência de devotos foi espetacular, gente de todos os cantos da Capital! Já se tornou proverbial a devoção dos cariocas a São Camilo! A devoção é sentida e consoladora. O Santuário entrou agora na difícil fase de acabamento. Está, no entanto, funcionando como igreja, (...) O desenho da nova residência está adiantado”.
O Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Jaime de Barros Câmara, nos vários contatos com os padres camilianos, abordava com prazer e grande interesse o assunto da criação da paróquia de São Camilo e dizia, entre outras coisas, que tinha pressa de levar a termo esse desejo. O Padre Provincial, cientificado do plano de sua Emcia., pediu que, quanto antes, fossem iniciadas as práticas necessárias para que a nossa Igreja de São Camilo fosse Paróquia. Como nos relata novamente a revista Vida Camiliana, através do Pe. Camilo Simeoni, “Os Padres camilianos, então radicados, no Rio há mais de 25 anos, preparam o campo propício para este novo acontecimento, trabalhando na aquisição de um terreno; construíram uma confortável residência religiosa, ergueram o majestoso templo dedicado ao nosso fundador e pai São Camilo de Lellis”.
Em 4 de abril de 1966, Dom Jaime de Barros Câmara, criou a nova paróquia de São Camilo de Lellis e no dia 10 de abril de 1966, às 19h, na presença de grande multidão de fiéis, autoridades eclesiásticas e civis, o nosso estimado Pe. Provincial, representado S. Emcia. Revma. Que, por causa de uma forte tromba d´água, estava incomunicável, ilhado no seu palácio, instalou a Paróquia São Camilo de Lellis e deu posse ao primeiro Pároco na pessoa do Pe. Amandio Luiz Fabro.
Nestes mais de 60 anos de presença permanente dos religiosos camilianos no Rio de Janeiro, muita coisa se passou, muitos religiosos atuaram bravamente, trabalhando na promoção da vida dos fiéis. Trabalharam incansavelmente em diversos hospitais e asilos, atuaram efetivamente na Pastoral da Saúde, no atendimento às pessoas doentes e carentes das favelas próximas e no atendimento aos fiéis que freqüentavam o santuário à procura de conforto espiritual.
Atualmente, os religiosos camilianos contam com a ajuda de muitos leigos e religiosos de outras congregações. Atuam basicamente nas seguintes áreas: capelania do Hospital São Vicente de Paulo; direção do Santuário Paróquia São Camilo de Lellis e atendimento médico, ambulatorial às comunidade carentes através do ambulatório São Camilo. Também ajudam na animação da Pastoral da Saúde na Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro.